Por determinação do Banco Central, todas as liquidações das transações via cartões devem ser feitas por meio da nova plataforma da CIP. A medida deve trazer mais disponibilidade e segurança para o mercado financeiro ao evitar, por exemplo, o risco sistêmico, que surge quando uma das partes entra em colapso financeiro e afeta as demais instituições.

Fontes do setor relataram ao Brazil Journal, primeiro veículo a reportar a situação, que a CIP em si opera normalmente. O problema está nas instabilidades dos sistemas que as credenciadoras de cartões (empresas que fornecem “maquininhas”) e bancos implementaram para se comunicar com a plataforma da CIP. Na semana anterior, quando testes estavam sendo feitos e as primeiras falhas foram detectadas, as instituições solucionavam o problema enviando pagamentos aos clientes afetados via TED. Mas, desde o dia 20, quando o novo sistema passou a vigorar oficialmente, credenciadoras e bancos ficaram impedidos de utilizar meios alternativos de repasse de dinheiro. Eis a consequência: o número de lojistas e prestadores de serviços que ficaram sem receber pagamentos disparou. As fontes disseram ao Brazil Journal que praticamente todas as credenciadoras estão com problemas e que, no lado dos bancos, mais de 90% das falhas estão concentradas nos sistemas do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O efeito não poderia ter sido outro: as queixas nos serviços de atendimento das credenciadoras e bancos dispararam. No Reclame Aqui, não é difícil encontrar reclamações sobre o assunto nas páginas das empresas de máquinas de cartão.

Nos casos mais graves, empresários afirmam que a falta do repasse está atrasando o pagamento de fornecedores e até de salários. Um executivo da Rede, credenciadora vinculada ao Itaú, relatou em reunião na Febraban (entidade que representa os bancos no Brasil) sobre o assunto que um cliente chegou à sede da empresa acompanhado da polícia para exigir o dinheiro.

E agora?

Em nota, o Banco do Brasil reconheceu a falha e afirmou que já adotou medidas para regularizar as transações. A expectativa do banco é a de que todos os pagamentos em atraso sejam efetuados até o dia 27. Já a Febraban declarou que a maior parte dos problemas já foi resolvido e que espera que tudo esteja solucionado até o final da semana. A CIP, por sua vez, reiterou que o novo sistema foi implementado com sucesso no dia 13 e que, desde então, opera normalmente. A entidade declarou ainda que está em contato com as instituições que tiveram problemas para ajudar com a estabilização.

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