Antes do lançamento do iPhone e após ter adquirido o Android em 2005, o Google trabalhava em dois celulares: Sooner e Dream. O primeiro tinha como concorrentes celulares Blackberry e Windows Mobile e incluía teclado QWERTY completo, já o segundo apostava na tela sensível ao toque com mecanismo retrátil para revelar o teclado quando necessário. Após a chegada do iPhone em 2007, o Google descartou o projeto Sooner para apostar suas fichas no Dream e sua experiência touch. Agora, uma imagem compartilhada pelo cofundador do Android Rick Miner mostra a visão inicial da empresa para o dispositivo, com ideia muito mais ousada do que chegou ao público.

Dream: o sonho que, em parte, não virou realidade

Na imagem vemos duas formas de utilizar o Dream no dia a dia: a primeira com o celular na vertical e tela retraída, exibindo corpo brilhante na cor preta e alguns detalhes e ícones em forte tom de verde. A segunda nos mostra o celular na horizontal com tela levantada para revelar o teclado QWERTY completo e uma presença ainda maior da cor de destaque em toda a região interna do teclado. Notamos a mudança de orientação para os ícones dos quatro botões inferiores, sugerindo que a região acima pudesse ser uma tela, enquanto os botões de e-mail e arroba logo abaixo da tela principal permaneceriam físicos e inalterados — talvez um erro da imagem. As diferenças entre o protótipo do Google e sua versão final são notáveis, embora seja possível perceber que a ideia principal foi mantida no modelo vendido ao público: quatro botões de ação na parte inferior do corpo e uma tela retrátil com teclado escondido. Vemos também que a grande roda do projeto Dream foi redesenhada e virou uma esfera centralizada funcionando para interagir de forma mais precisa com a interface do dispositivo. Embora a ideia original não tenha sido oficializada como o Google esperava, a parceria de fabricação com a HTC e de distribuição com a T-Mobile nos Estados Unidos foi suficiente para consolidar o dispositivo como um dos mais interessantes aparelhos de 2008, pavimentando o futuro do Android nos anos seguintes. A parceria do Google com a HTC persistiu com a chegada do Nexus One em 2010 e o lançamento do HTC One Google Edition em 2013, uma versão especial do HTC One com sistema operacional ideal do Google: sem grandes customizações e com garantia de atualizações mais rápidas. Três anos depois as empresas retornaram em formato inédito com a estreia do primeiro Pixel e Pixel XL, com o Google comandando o design por trás dos smartphones e a HTC fabricando os dispositivos. No ano seguinte, em 2017, o Google finalmente adquiriu parte da divisão móvel da HTC por US$ 1,1 bilhão, estruturando assim o futuro da linha Pixel. Fonte: Rich Miner