Terapia CAR-T reduz câncer de paciente brasileiro em menos de um mêsTerapia gênica | Estes são os três remédios mais caros do mundo

Por enquanto, a nova terapia britânica foi usada em apenas uma paciente e, no momento, outros voluntários são recrutados para que os estudos clínicos do tratamento avancem. Caso os resultados continuem a ser positivos, esta pode ser uma nova alternativa para o combate de diferentes tipos de câncer infantil e doenças graves. No momento, os resultados preliminares da terapia ainda não foram publicados em uma revista científica. Tanto o desenvolvimento da tecnologia quanto os testes são liderados pelos pesquisadores do Great Ormond Street Hospital for Children (Gosh), que é parte do sistema de saúde britânico.

Terapia gênica e CAR-T Cell

Para entender, a terapia do tipo CAR-T Cell consiste no uso de células de defesa do próprio paciente ou de doadores no combate das células cancerígenas. Para isso, elas são editadas geneticamente em laboratório, onde “aprendem” a identificar o patógeno. No caso da adolescente britânica, ela recebeu células T do sistema imunológico de uma pessoa saudável, reprogramadas e editadas para atacar as células tumorais que afetam o seu corpo. Por causa da leucemia, o organismo não respondia mais contra o câncer e nem a produção de células de defesa estava em 100%. Nessas condições, a única opção era uma doação externa. Vale lembrar que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou a primeira terapia gênica com CAR-T Cell. No caso, foi o Kymriah (tisagenlecleucel), desenvolvido pela Novartis, para o tratamento da leucemia. No entanto, a composição se difere da que está em testes no Reino Unido hoje.

Adolescente com leucemia tem remissão do câncer

Antes de experimentar o novo tratamento, a paciente, conhecida pelo nome de Alyssa, passou por quimioterapia e transplante de medula óssea. No entanto, as duas estratégias comumente usados no controle da doença não geraram efeitos e o câncer continuou a avançar. Sem outros tratamentos disponíveis, a família da jovem topou inscrevê-la para receber a terapia experimental. Passados 28 dias do início da terapia, a paciente estava em remissão e recebeu um segundo transplante de medula óssea para restaurar seu sistema imunológico. Há seis meses, o quadro de remissão se mantém, o que é um bom indicador, segundo os pesquisadores. “Desde que Alyssa ficou doente com leucemia, em maio de 2021, ela nunca alcançou o quadro de remissão. Nem com quimioterapia e nem após seu primeiro transplante de medula óssea. [Isso só foi possível] após receber a terapia com células CD7 CAR-T e um segundo transplante de medula óssea”, detalha Robert Chiesa, do Gosh, em comunicado. “Isso é bastante notável, embora ainda seja um resultado preliminar. Ela precisa ser acompanhada ao longo dos próximos meses”, completa Chiesa. No futuro, o tratamento poderá salvar a vida de milhares de outras crianças e adolescentes com leucemia. Fonte: NHS