Embraer pede certificação na Anac para fazer seu táxi aéreo “decolar”O que é Starlink?

A carta encaminhada à FCC (em inglês) foi assinada por Samantha Fonder, representante do Grupo Interinstitucional de Transporte Comercial e Espacial da NASA. O documento começa com a agência espacial citando possíveis impactos da licitação da Starlink em viagens humanas ao espaço, ou ainda missões científicas: Ao mesmo tempo em que avalia o impacto negativo da licitação da SpaceX para colocar em órbita mais 30 mil satélites da Starlink, a agência não pede pela rejeição do pedido. A NASA diz que o projeto de constelação vai exigir “comunicação e coordenação” extensas entre as partes envolvidas.

NASA cita risco de colisão em viagens espaciais

A NASA disse à FCC que próximos satélites, caso sejam lançados, podem provocar aumento do risco de colisão por objetos em viagens espaciais. O plano da SpaceX dobraria a quantidade de objetos rastreáveis no espaço, que atualmente é de 25 mil. “Cerca de 6,1 mil desses corpos celestes têm um perigeu (ponto em que um objeto está mais próximo da Terra em sua órbita) abaixo de 600 km. A expansão da SpaceX aumentaria esse número em cinco vezes, sem considerar propostas de outras empresas”, disse a NASA. A agência continuou: Tal impacto poderia inclusive prejudicar a segurança de equipamentos já ativos da NASA no espaço, assim como da Estação Espacial Internacional. Isso porque os novos satélites da Starlink poderiam prejudicar a capacidade da agência de monitorar colisões e a trajetória de missões espaciais. Para se adequar em resposta ao aumento no risco de colisões, a NASA recomenda que a SpaceX adote “uma geração de análise demonstrando a capacidade de sua constelação de satélites de realizar manobras automáticas para evitar conjunções, inclusive entre eles mesmos”. A agência espacial também quer saber se os equipamentos conseguem “orbitar em baixa altitude durante picos de atividade solar”.

Outra preocupação é uma possível interferência no funcionamento do satélite espacial Hubble. O equipamento foi lançado há 32 anos pela NASA, e orbita a 535 km de distância da Terra. A agência espacial norte-americana estima que aproximadamente 8% das imagens tiradas pela câmera infravermelho do Hubble já sofrem com a interferência de outros satélites durante a exposição fotográfica. “Essa proposta da Starlink inclui 10 mil satélites que orbitariam em uma faixa superior ou igual à altitude do Hubble, uma situação que pode dobrar o percentual de imagens degradas do telescópio”. A Nasa também citou que a “gravidade dessa degradação irá aumentar” caso o plano da empresa de Elon Musk seja executado. Para monitorar a Terra, a NASA afirma que tem 14 missões dedicadas em atividade com o propósito de registrar imagens. Mas os 30 mil satélites da SpaceX podem impactar nessas atividades, já que os equipamentos da Starlink devem circular em uma altitude menor do que a maioria das naves espaciais. “A reflexão de luz solar” seria o que pode prejudicar as imagens.

Detecção de asteroides seria prejudicada pela SpaceX

Como se não bastasse os prejuízos às missões espaciais e ao Hubble, a NASA cita que pode haver impacto negativo no sistema usado pela agência espacial para monitorar asteroides — e redirecionar os corpos celestes que podem ter uma trajetória de encontro com a Terra. Astrônomos já haviam detectado mais e mais satélites da Starlink que estariam atrapalhando na visão de telescópios usados para observação espacial. No caso da NASA, é mais grave: a agência usa telescópios terrestres de ampla visão para monitorar asteroides que poderiam colidir com a Terra. A constelação da Starlink poderia “esconder” essas rochas dos “olhos” da NASA. Por fim, voltando a Estação Espacial Internacional, a NASA diz que a expansão da Starlink poderia afetar missões e a colaboração dos astronautas e cientistas que frequentam a ISS. Isso porque os equipamentos da subsidiária da SpaceX estariam orbitando na mesma altitude frequentada por veículos de visitação: entre 328 e 360 km da Terra. Para evitar outros problemas, como a interferência de rádio-frequência provocada pela atividade da Starlink no espaço, a NASA sugere na carta enviada à FCC que a SpaceX fortaleça ainda mais a cooperação com a agência espacial: Com informações: ArsTechnica

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