Meta consegue acordo preliminar sobre o escândalo da Cambridge AnalyticaMeta é multada em R$ 1,46 bilhão por vazamento de dados

O documento aponta que o fundador do Facebook considerou divulgar, em 2017, que a empresa estava investigando “organizações como a Cambridge Analytica”, assim como agentes de inteligência russos, em uma avaliação de segurança sobre as eleições de 2016 nos Estados Unidos. No entanto, por sugestão de seus conselheiros, Zuckerberg teria removido essas referências — conforme demonstra um depoimento de 2019, conduzido pela SEC. A informação omitida revela que Zuckerberg já considerava a Cambridge Analytica uma ameaça, meses antes de o escândalo estourar nas mãos do CEO do Facebook. Relatórios da imprensa revelaram que a empresa de análise de dados estava filiada à campanha presidencial de Donald Trump e obteve acesso indevido a dezenas de milhares de informações pessoais de usuários da rede social. A revelação pode fazer com que as autoridades revisitem as alegações de acionistas de que Zuckerberg e outros executivos esconderam informações do público sobre um dos seus maiores escândalos de privacidade. Entender a linha do tempo do caso, principalmente sobre quando os executivos da empresa ficaram cientes da situação da Cambridge Analytica e como responderam ao caso, é fundamental para os processos ainda em andamento. Os advogados e a Meta, antigo Facebook, não comentaram sobre os trechos removidos. A empresa reforçou que o seu caso com a SEC foi encerrado há mais de três anos, com um acordo de US$ 100 milhões (R$ 519 milhões).

O caso da Cambridge Analytica

O processo iniciado em 2018 por usuários do Facebook, que acusaram a rede social de violar as regras de proteção da privacidade de seus dados. O Facebook compartilhou informações pessoais de seus usuários com a Cambridge Analytica, empresa que tinha como presidente o principal assessor de Donald Trump, Steve Bennon, que estava à frente da campanha eleitoral. A Cambridge Analytica coletou e utilizou, sem consentimento, dados de 87 milhões de usuários da rede social para desenvolver um software e influenciar eleitores a favor do ex-presidente norte-americano. Desde a revelação do caso, em 2018, o Facebook vem enfrentando diversos processos em esferas diferentes sobre o assunto, incluindo o pagamento de uma multa de US$ 5 bilhões (R$ 25,9 bilhões). Fonte: Reuters