A sessão durou cerca de 90 minutos (nos Estados Unidos, levou cinco horas) e teve um formato que beneficiou Zuckerberg. Ao contrário do que ocorreu no Congresso americano, os parlamentares europeus realizaram um bloco de perguntas para serem respondidas de uma vez ao final.
Isso evitou que o executivo tivesse de responder às falas mais específicas. Uma delas questionava se o Facebook separaria os dados do WhatsApp. Outra perguntava se Zuckerberg criaria uma opção para os usuários desativarem a publicidade direcionada. Nenhuma foi respondida. A sete minutos do horário programado para o fim do depoimento, Zuckerberg encerrou sua participação. O executivo se resumiu à promessa de esclarecer as dúvidas dos parlamentares por escrito. Segundo o The Guardian, mais de dois terços do depoimento foi gasto com as perguntas, deixando pouco tempo para a participação do CEO. Os parlamentares saíram frustrados com a maneira que a sessão foi conduzida.
Em sua fala, Zuckerberg lembrou que o Facebook realizou mudanças para prevenir casos como o da Cambridge Analytica. No entanto, ele admitiu que poderão surgir novas situações parecidas (um segundo caso já foi revelado há alguns dias). “Achamos que é bom voltar e investigar aplicativos que tiveram acesso a muitos dados antes de trancarmos a plataforma. Eu antecipo que haverá outros aplicativos que descobriremos que queremos derrubar”, afirmou. O CEO também tratou de regulações como o GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), que entra em vigor na próxima sexta-feira (25). “Não acho que a questão é se devemos ou não ter regulação, mas, sim, qual a regulação certa”. Ele defendeu que as regulações protejam as pessoas, sejam flexíveis e não impeçam tecnologias como inteligência artificiais de se desenvolverem. Zuckerberg também pediu que as leis “não impeçam que um aluno em seu dormitório, como eu estava, seja capaz de desenvolver o próximo grande produto”.