A chamada internet das coisas prevê um futuro em que aparelhos dos mais variados tipos estarão online e trocando informações entre si. Mas, para essa realidade se concretizar, a indústria precisa superar vários desafios. Um deles é a alimentação elétrica: como fazê-la em dispositivos bem pequenos? A resposta pode estar na Freevolt, tecnologia que promete “extrair” energia do ar. Parece coisa de filme de ficção, não? Mas a Drayson Technologies, companhia responsável pela tecnologia, aposta firmemente na ideia, tanto que a apresentou no Royal Institution, uma tradicional organização inglesa voltada à ciência que já teve entre seus integrantes o físico Michael Faraday. Por trás da Drayson Technologies está Lord Drayson (Paul Drayson), um ex-ministro da ciência do Reino Unido. Na apresentação, o agora empresário tratou de deixar claro que a Freevolt não é capaz de alimentar smartphones, tablets e afins, mas pode ser fonte de energia para dispositivos de baixo consumo, como wearables e sensores. O objetivo da tecnologia é fazer com que esses dispositivos funcionem sem depender da rede elétrica do local ou de baterias que precisam ser recarregadas na tomada. Como? A “mágica” está na captura da energia oriunda de sinais de radiofrequência, como aqueles que são gerados por Wi-Fi ou redes 4G.

Como esse é, de certa forma, um processo de reciclagem de energia, o usuário não terá acréscimo na conta de luz. Além de limpa, essa é uma energia “perpétua”, ressalta Lord Drayson. Tudo o que a pessoa precisa ter é uma espécie de antena ligada a um módulo de gerenciamento de energia que, por sua vez, deve estar conectado ao dispositivo a ser alimentado. Na apresentação, Lord Drayson fez várias demonstrações. Ele pediu para que todo mundo na plateia colocasse o celular em modo avião e, mais tarde, que os aparelhos fossem reativados. Nesse momento, um LED azul presente no palco começou a pulsar mais rapidamente por conta da atividade dos celulares. Em outro teste, o empresário mostrou a Freevolt sendo usada para fornecer energia a um alto-falante. Mas a parte mais interessante ficou para a demonstração do dispositivo que pode ser o primeiro a efetivamente contar com a tecnologia: o medidor de poluição CleanSpace, outra criação da Drayson Technologies. O aparelho é portátil e envia as medições para o smartphone. Seu lançamento dependerá de uma campanha de crowdfunding a ser iniciada em novembro.

Não ficou claro como a Drayson Technologies pretende comercializar a novidade — se lançando módulos sob o nome Freevolt ou licenciando a tecnologia para outras companhias. Independente do caminho escolhido, uma coisa é certa: a ideia não vai fazer sucesso de imediato. Há algumas questões no ar, por exemplo: a Freevolt pode interferir em uma rede Wi-Fi, especialmente se vários dispositivos estiverem utilizando o sistema? Lord Drayson ouviu essa pergunta na apresentação e negou que algum problema do tipo possa acontecer, mas, você sabe, a confirmação depende de testes criteriosos. De todo modo, não dá para negar que essa é uma ideia bastante promissora no mercado que a internet das coisas deve criar. Com informações: BBC, Ars Technica

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