O negócio deve agradar sobretudo a quem teve a chance de experimentar o auge do Flickr. O serviço surgiu em 2004 pelas mãos do então casal Stewart Butterfield e Caterina Fake. Naquela época, o Facebook estava em fase embrionária e as redes sociais mais conhecidas (como o MySpace e, no Brasil, o orkut) eram mais focadas na comunicação entre usuários. Com o seu apelo para fotos, o Flickr não demorou a fazer sucesso. Prova disso é que, em 2005, o Yahoo comprou o serviço — fala-se que o valor desembolsado foi de US$ 35 milhões. Os anos seguintes foram de grande crescimento, tanto que Butterfield chegou a declarar que, se soubesse disso, teria levado mais tempo para negociar com o Yahoo. Só que o sucesso não durou muito tempo. Smartphones com câmeras minimamente decentes aliadas ao crescimento de redes sociais como Facebook e Instagram fizeram os usuários preferirem essas plataformas para compartilhar fotos. O Yahoo até tentou adequar o Flickr aos dispositivos móveis, mas quando já era tarde.

A falta de timing para se adaptar a novos cenários era um sintoma da grave crise interna que afundou o Yahoo. Com ampla experiência no Google, Marissa Mayer assumiu as rédeas da companhia, mas a sua administração se mostrou tão ou mais desastrosa. Sem saída, o Yahoo acabou sendo vendido à Verizon por quase US$ 5 bilhões. Parece muito, mas a companhia chegou a valer cerca de dez vezes mais. O Flickr foi levado junto e passou a fazer parte da Oath, empresa de mídia que a Verizon montou ao combinar o que sobrou do Yahoo com a Aol (adquirida em 2015). Na prática, a situação não melhorou muito, pois a Oath nunca soube o que fazer com o Flickr, a não ser, provavelmente, vendê-lo. É nesse ponto que aparece a figura de Don MacAskill, CEO de SmugMug. Sem revelar valores e outros detalhes do negócio, o executivo confirmou a compra do Flickr. Depois de 13 anos, o serviço já não ostenta a marca do Yahoo.

Talvez você nunca tenha ouvido falar da SmugMug, mas a empresa existe desde 2002 e se mantém até hoje como uma plataforma confiável para armazenamento e compartilhamento de fotos. Seus usuários são, predominantemente, fotógrafos profissionais e entusiastas da fotografia. Como dá para notar, é um serviço que combina bastante com o Flickr. Mas o que muda a partir de agora? De acordo com o comunicado oficial enviado aos usuários do Flickr, nada. Mas isso no curto prazo. MacAskill disse que a prioridade inicial é escutar o que os usuários precisam ou propõem para melhorar o serviço e só então partir para a ação. Os dados de login continuam valendo. O Flickr será totalmente transferido para a infraestrutura da SmugMug em breve. Ambos continuarão sendo oferecidos como serviços distintos, mas integrados. O usuário que não concordar com a transferência têm até 25 de maio para excluir a sua conta. Com informações: USA Today.

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