O documento diz respeito a uma série com centenas de perguntas enviadas a Mark Zuckerberg em abril pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmera dos Deputados dos Estados Unidos. Trata-se de uma etapa das investigações referentes ao escândalo Cambridge Analytica. O Facebook tinha como prazo a sexta-feira passada (29) para entregar o documento, e o fez justamente nesse dia.

Não chega a ser novidade que o Facebook compartilhava dados com fabricantes de dispositivos móveis e companhias relacionadas a esse segmento. Nunca havia fica claro, no entanto, qual era o alcance dessas parcerias. A primeira constatação é a de que o Facebook ignorou uma norma interna. A companhia havia informado anteriormente que, em 2014, mudou a sua política para restringir severamente o acesso aos dados da rede social por terceiros. A restrição passou a valer em 2015, mas houve exceções. Após a mudança na política, 61 desenvolvedores de aplicativos tiveram prazo adicional de seis meses para limitar suas práticas de coletas de dados na rede social. Além disso, ficou claro que o Facebook estabeleceu parcerias para dar acesso a dados em diferentes níveis e prazos maiores para 52 grandes companhias. Alguns desses acordos ainda estão em vigor. De acordo com o Facebook, todas as parcerias visavam facilitar a integração da rede social com diferentes dispositivos móveis, sistemas operacionais e serviços. Além das companhias já mencionadas, o relatório mostra que houve mesmo parcerias com gigantes chinesas, incluindo Alibaba, Lenovo e Oppo. Ali também aparece um nome que deixa as autoridades norte-americanas bastante incomodadas: a Huawei. A companhia é suspeita de contribuir com o governo chinês na prática de espionagem. No documento, o Facebook ameniza a situação esclarecendo que 38 das 52 parcerias já foram encerradas e que outras sete serão finalizadas até o fim de julho. Em contrapartida, diversos pontos continuam obscuros.

A falta de clareza com relação aos dados coletados é um deles. Sabe-se que detalhes básicos como nome, gênero, data de nascimento e lista de contatos estão entre os dados acessáveis, mas o nível de detalhamento é, certamente, mais extenso. Um exemplo vem da BlackBerry, outra parceira: aparentemente, alguns aparelhos da marca permitiam que a empresa tivesse acesso até a mensagens dos usuários. Além disso, o Facebook reconheceu que cinco desenvolvedores tiveram acesso a dados de contatos de usuários como parte de um programa de teste, mas não deu detalhes sobre o assunto. Outro ponto que carece de informações: o Facebook não explicou o porquê de não ter realizado auditorias em aplicativos como o que permitiu que a Cambridge Analytica coletasse dados de tantas pessoas. Com informações: Mashable, The Washington Post.

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