Lançamentos da Netflix em dezembro de 202210 melhores séries policiais na Netflix para você desvendar os crimes

Acontece que mesmo com uma boa premissa e um primeiro episódio que agrada, a produção não entrega nada de verdadeiramente atrativo para prender a atenção do público, e fica na eterna promessa do “agora vai”. A história começa com a cena de um suposto atirador cuja pistola está apontada para uma casa onde Adam e seus filhos estão. Após esse momento, a série segue para cinco dias antes, e mostra ele em uma sala de aula, explicando às crianças—de forma simplificada– como funciona a hierarquia da agência e de seu trabalho. Esse momento é um acerto da obra, porque serve também para explicar ao público a dinâmica do que veremos a seguir. A partir de então, começa uma sucessão de fatos sinistros; Martin Angelis é envenenado, somos apresentados à uma espiã russa chamada Kara Yerzov (Olga Kurylenko) e, logo depois, descobrimos que ela tem um passado em comum com Adam, e o ajudou secretamente a chegar no poder para que pudesse cobrar um favor depois.

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Um roteiro com alguns furos e pouco atrativo

Não dá para negar que a trama da série é interessante em alguns momentos e fala sobre a corrupção do governo britânico e o jogo de poder que ele envolve, mas há furos tão nítidos que desanimam um pouco o espectador. Um deles é a facilidade como Kara e Adam se encontram, conseguem as pistas que precisam e passam pela segurança. Contando que estamos falando de um dos órgãos mais seguros da Inglaterra, esse fato fica risível. Outro ponto que incomoda é o desenvolvimento de Maddy (Oona Chaplin), a esposa de Adam. Embora o romance não seja o foco da trama (e nem precisa ser), faz falta que o relacionamento amoroso deles seja melhor desenvolvido. Isso porque ela fica quase como um personagem solta; tendo momentos importantes, mas sendo retratada como uma mulher sem história. Afinal, como eles se conheceram? Qual é o passado dela como veterana de guerra? E por que, apesar de ser experiente, ela se mostra tão insegura e toma atitudes tão amadoras? Essas perguntas ficam sem resposta e enfraquecem um pouco o roteiro. É importante falar, no entanto, que mesmo com falhas, o roteiro de Traição é, em sua maioria, coerente, e foge do besteirol, ao contrário do que acontece em Recruta, série estrelada por Noah Centineo.

Atuação não desagrada

Se por um lado o roteiro é morno, por outro a atuação do elenco não desagrada. Cox convence como o agente da MI6, embora seja um pouco paspalho. Oona Chaplin também mostra seu potencial como a esposa amorosa e madrasta dedicada, mas como foi dito, merecia um melhor desenvolvimento da sua personagem. O destaque fica para Olga Kurylenko que vive a protagonista Kara. Ela demonstra que tem domínio em cena e não faz feio nos momentos de ação. Além disso, é interessante vê-la falando inglês e russo com fluência.

Final fechado

Após cinco episódios de aproximadamente 40 minutos cada, Traição consegue resolver as questões em aberto, revelar quem era o agente duplo e entregar uma solução adequada. O fato de ter poucos episódios é mais um acerto da série, que não estica o evitável. E, apesar de ter um desfecho conclusivo, a produção conseguiu deixar um gancho para uma possível segunda temporada. Mas, vale falar que quando acaba, a trama não deixa um gosto de “quero mais”. Sendo assim, é plausível dizer que Traição, idealizada por Matt Charman (Ponte dos Espiões), tem um enredo morno com potencial para conquistar os fãs de produções policiais, mas sem entregar nada de realmente surpreendente. Vale o play por ser algo curto e rápido de assistir. Se você quiser dar uma chance para a série, pode assistir Traição na Netflix.

Cr tica Trai  o   S rie com Charlie Cox   morna e n o empolga - 92