Qual é a verdadeira cor da Lua?50 anos da Apollo 17 | Relembre a última missão do programa Apollo

Desde a época das missões Apollo, os cientistas estão intrigados com o magnetismo encontrado nos materiais lunares trazidos à Terra. A Lua não possui um campo geomagnético como o da Terra, mas o magnetismo está presente em rochas de mais de 3 bilhões de anos de idade. Na Terra, o campo geomagnético é formado pelo dínamo resultante do movimento dos núcleos interno e externo do planeta. A Lua, no entanto, é congelada — não possui núcleo quente para produzir um dínamo. Pode ser que, no passado, a Lua tivesse um núcleo derretido para criar um campo magnético ao seu redor. Porém, mesmo que isso tenha durado bastante tempo, esse campo não poderia imprimir um magnetismo tão forte como aquele encontrado nas rochas da superfície lunar. A explicação para isso pode estar no novo estudo de Guo e sua equipe. Eles analisaram amostras do solo lunar trazidas pela sonda Chang’e 5 e descobriram partículas de magnetita, raramente vistas em amostras de poeira lunar. Esse minério de ferro estava em grãos de sulfeto de ferro esféricos submicroscópicos (não podem ser vistos em microscópios de luz) que se assemelham a gotículas derretidas. Uma hipótese é que a magnetita nesses grãos seja fruto de grandes impactos na superfície lunar. Com base em suas análises, os autores do novo estudo sugerem que a magnetita também pode estar distribuída no solo lunar mais fino — conhecido como regolito — e não apenas em rochas. Embora as condições lunares sejam desfavoráveis à formação de minérios de ferro, isso ainda pode ocorrer. Na verdade, minúsculos grãos de magnetita já foram encontrados na poeira lunar. O diferencial do novo estudo é a proposta de que essa magnetita se formou sob condições de alta pressão e temperatura, mais especificamente devido a colisões de objetos espaciais grandes. As características dos grãos de sulfeto de ferro “sugerem que uma reação de fase de fusão de gás ocorreu durante eventos de grande impacto”, disseram os pesquisadores. Se este for realmente o caso, o mineral está mais presente na superfície lunar do que se pensava e poderá ajudar a explicar as anomalias magnéticas ​​na Lua. Fonte: Nature Communications