A venda do Evernote não era esperada, mas o anúncio do negócio não surpreende. A plataforma passou os últimos anos lutando para manter a sua relevância no mercado, mas enfrenta forte concorrência. O rival mais desafiador é o Notion, embora ambos os serviços não sejam exatamente equivalentes.

Ladeira abaixo

Quando deixei de usar o serviço, no ano passado, o fiz por dois motivos. O primeiro era a lentidão que eu enfrentava ao acessar as minhas notas, principalmente na versão web do Evernote. A segunda foi a pobreza de recursos da versão gratuita. Sobre o último aspecto, entendo que o Evernote precisa direcionar os recursos que incrementam a experiência do usuários aos planos pagos. As assinaturas são a fonte de receita da empresa. Mas eu não via sentido em pagar para ter funcionalidades extras se, por outro lado, o serviço me parecia lento. Eu não sou o único que se deparou com problemas funcionais no Evernote. Nas redes sociais, não é difícil encontrar queixas parecidas. Para muita gente, o serviço simplesmente parou no tempo. Todos esses fatores contribuem para a plataforma não ter a força de antes. O TechCrunh explica que, em 2013, o Evernote chegou a ter valor de mercado estimado em quase US$ 1 bilhão. Mas aquele foi o auge. Dois anos depois, no final de 2015, a companhia demitiu 18% de seus funcionários e fechou três dos seus dez escritórios globais. Depois disso, foi ladeira abaixo. Em 2018, o Evernote fez mais demissões, apenas duas semanas depois de ter perdido vários executivos importantes. Apesar de ser uma medida drástica, o corte da força de trabalho parecia apontar para uma ajuste capaz de fazer o serviço ter um novo período de glória. Mas a verdade é que, a despeito de esforços que incluíram novos recursos e uma interface renovada, o Evernote não conseguiu se sobressair em relação aos concorrentes nos anos posteriores.

Casa nova, novos rumos?

É difícil saber. Luca Ferrari, CEO da Bending Spoons, declarou que a companhia irá adicionar as suas tecnologias proprietárias ao Evernote para aumentar a utilidade do serviço, bem como o seu alcance. Mas ainda não há detalhes sobre o que, exatamente, haverá de novo. Os principais produtos da empresa são aplicativos de edição de vídeo ou imagem, como Splice e Remini. Se a bagagem com essas ferramentas será suficiente para a Bending Spoons dar nova vida ao Evernote, só o tempo dirá. Ian Small, atual CEO do Evernote, demonstra otimismo: Eu torço por dias melhores, afinal, o Evernote é uma plataforma de produtividade que ainda é importante para muitas pessoas e organizações. Até o momento, nenhuma das partes divulgou o valor do negócio. A expectativa é a de que a transação seja concluída no início de 2023.

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