Se a legislação tributária anterior ainda estivesse valendo, a Apple teria que pagar 35% de imposto sobre o valor transferido do exterior para os Estados Unidos. Isso faria o governo ficar com quase US$ 90 bilhões dos US$ 250 bilhões a serem movimentados. Não é que o tesouro esteja disposto a arrecadar menos ou venha, assumidamente, tentando favorecer grandes companhias. A nova lei é uma estratégia que tenta evitar que empresas norte-americanas mantenham dinheiro no exterior para não pagar imposto nos Estados Unidos. A antiga legislação tributária abria brechas para que as companhias só pagassem imposto de renda sobre ganhos em outros países quando o dinheiro entrasse nos Estados Unidos. Por conta disso, muitas empresas optavam por manter os ganhos no exterior. Um cálculo recente do governo estima que esse tipo de manobra fez empresas norte-americanas deixarem U$ 3,1 trilhões em outros países. Embora a Apple não seja a única a adotar essa estratégia, as atenções caem sobre ela porque a companhia tem um valor de mercado elevadíssimo e foi, em novembro de 2017, uma das protagonistas do Paradise Papers, uma impressionante investigação que mostrou como diversas empresas utilizaram paraísos fiscais para escapar de impostos.

Com a nova lei, o imposto a ser pago é de 15,5%. É uma porcentagem bem mais baixa que a anterior, mas ainda expressiva. Não há escolha, porém: agora, o imposto tem que ser pago mesmo que o dinheiro permaneça no exterior. Como que para mostrar que está determinada a investir na economia dos Estados Unidos mesmo com as elevadas obrigações fiscais, a Apple também anunciou o plano de abrir outro campus no país, este focado no suporte aos usuários, inicialmente. A localização ainda vai ser revelada. A expectativa é a de os investimentos, na ordem de US$ 30 bilhões, gerem 20 mil empregos nos próximos cinco anos. Com informações: Bloomberg.

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