A constatação vem de um levantamento feito pelo Glassdoor, serviço online para busca de empregos. O site listou 15 grandes companhias norte-americanas — incluindo as três citadas aqui — que têm vagas em aberto para cargos avançados que não exigem, necessariamente, formação em universidades.

Isso não quer dizer que essas companhias abrem mão da qualificação. O que o levantamento da Glassdoor mostra é que, se o candidato possuir um conjunto de habilidades condizentes com o cargo, ele poderá ser contratado mesmo se não tiver diploma universitário. A Apple, por exemplo, valoriza bastante a experiência do candidato, não importa se ele a obteve em um ambiente acadêmico ou em outras empresas. Já Joanna Daly, vice-presidente de talentos da IBM, contou à CNBC em entrevista no ano passado que a companhia leva em conta habilidades desenvolvidas em bootcamps, outros empregos ou mesmo por esforço próprio. Cerca de 15% dos funcionários da IBM nos Estados Unidos não têm formação superior. O caso do Google é bastante interessante. Sergey Brin e Larry Page se conheceram na Universidade de Stanford quando estudavam para obter doutorado em ciência da computação. Eles praticamente criaram o Google dentro dos muros da instituição. Nos primeiros anos, eles trataram de fazer a companhia lembrar uma universidade, tanto na cultura interna quanto nos espaços físicos. Essa abordagem ajudou o Google a atrair jovens talentos que vislumbravam a chance de fazer carreira em uma companhia com cultura interna não tradicional. Mas o nível de exigência era elevado: fala-se que, por muito tempo, o Google fazia questão de só contratar funcionários que viessem de universidades de primeira linha e que, além disso, tivessem notas altas.

Não é mais assim. Formação acadêmica continua sendo importante para o Google — na verdade, para a Alphabet como um todo —, mas já não é requisito para contratação. E não é de hoje: em 2014, Laszlo Bock, então vice-presidente de recursos humanos, explicou que o Google prioriza a capacidade cognitiva geral do candidato, não o seu quociente de inteligência. “É a capacidade de aprender. É a capacidade de processar na hora. É a capacidade de reunir diferentes tipos de informações”, completou Bock. Não considerar apenas diplomas nas contratações tem sido uma prática de boa parte das grandes empresas norte-americanas, mas parece ser mais importante para as gigantes de tecnologia: muitas delas têm dificuldade para preencher vagas e, no processo de busca por talentos, já perceberam que nem sempre currículo acadêmico impecável é sinônimo de bom desempenho profissional. Com informações: CNBC.

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