Microsoft barra ataque DDoS com tráfego recorde de 3,47 Tb/s contra o alvoComo proteger o Windows 10: dicas para deixar o sistema mais seguro

Não é a primeira vez que a Microsoft lida com violação de segurança em seus sistemas. Mas, provavelmente, este é um dos incidentes mais sérios que a empresa já enfrentou. No início da semana, o Lapsus$ compartilhou um arquivo que, quando descompactado, corresponde a um volume com 37 GB de dados. Como já ficou claro, o pacote inclui, sobretudo, códigos-fonte. No Telegram, os invasores afirmaram que o pacote contém 90% do código-fonte do Bing Maps e quase 45% dos códigos do Bing e da assistente Cortana. Assim que soube do problema, a companhia iniciou uma investigação. O resultado foi divulgado na noite de terça-feira (22), no blog da Microsoft Security: A conta afetada continua sendo investigada, mas a companhia adiantou que os códigos vazados não representam uma elevação de risco para as suas operações e que a ação dos hackers foi mitigada enquanto estava em andamento.

Lapsus$ usa engenharia social contra alvos

A Microsoft não revelou quais dados foram vazados, muito menos descreveu a extensão da invasão que sofreu. Por outro lado, a publicação dá detalhes interessantes sobre como o grupo tem atuado — a empresa vem estudando as ações do Lapsus$ há algumas semanas e, ironicamente, acabou sendo uma das vítimas. Os analistas da Microsoft relatam, basicamente, que o modo de ação do grupo não envolve ransomwares, como é comum em invasões procedidas de extorsões; em vez disso, o grupo prefere obter acesso a contas legítimas de usuários. Para tanto, o grupo paga funcionários, fornecedores ou parceiros das organizações-alvo para ter acesso a credenciais e a códigos de autenticação em dois fatores, bem como usa táticas de engenharia social para o mesmo fim, afirma a Microsoft. A companhia também relata que, em alguns casos, membros do grupo até ligaram para o suporte técnico da organização-alvo para tentar redefinir os dados de login de uma conta privilegiada. Troca de SIM card (para acesso a uma conta por meio de um celular) e acesso a contas de email pessoais de funcionários (presumivelmente, para busca de senhas ou links para redefinição de credenciais) também fazem parte das técnicas adotadas pelo grupo, de acordo com a Microsoft. A companhia confirmou ainda aquilo que já estava claro: o Lapsus$ iniciou as suas ações com alvos no Reino Unido e na América do Sul. Neste ponto, vale lembrar que o grupo ficou conhecido no final de 2021 após invadir os sistemas do Ministério da Saúde no Brasil e deixar a ferramenta ConecteSUS inacessível por cerca de duas semanas.

Nvidia, Samsung e Okta também foram alvejadas

O grupo também vazou dados da Nvidia no começo deste mês e, dias depois, fez o mesmo com a Samsung. Companhias como Mercado Livre, Claro e Okta estariam entre os demais alvos. Esta última chegou a negar ter sido invadida, o que fez membros do Lapsus$ reagirem com uma risada. Ter sido alvo do grupo não impediu a Microsoft de fazer recomendações de segurança para clientes, entre elas, a de evitar o uso de mecanismos “fracos” de autenticação em dois fatores (como SMS e email) e a de promover melhoras na conscientização sobre ataques de engenharia social. Por fim, a Microsoft se comprometeu a continuar rastreando atividades, táticas e ferramentas do Lapsus$ (em seu relatório, a companhia identifica o grupo como DEV-0537) e emitir alertas se informações relevantes forem descobertas.

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