Qual a importância do ciclo do carbono para existir vida em outros planetas?Por que devemos nos preocupar com pequenos aumentos na temperatura global?

A capacidade da natureza de responder às mudanças ocorridas no globo terrestre já foi hipotetizada e discutida antes, mas agora há evidências diretas do processo. O “feedback estabilizador”, como chama o estudo, do planeta é capaz de regular sua temperatura ao longo de grandes períodos de tempo, na escala de 100.000 anos, em média. Isso possibilitou que a Terra sustentasse a vida durante eras glaciais, mudanças nos ciclos solares e atividades vulcânicas intensas. Os cientistas usaram dados da paleoclimatologia, que incluem registros climáticos dos últimos 66 milhões de anos, e aplicaram modelos matemáticos para analisar o comportamento das variáveis. A questão a ser respondida era se a temperatura global poderia estar limitada por um ou mais fatores.

O ciclo carbonato-silicato

A hipótese estudada atribuía a regulação climática a um ciclo geoquímico muito lento que acontece no planeta. Da mesma forma que existem o ciclo da água, carbono ou nitrogênio, por exemplo, a Terra possui o ciclo dos carbonatos-silicatos. Quando rochas que possuem o mineral silicato sofrem erosão, essa substância fica livre e em contato com a atmosfera. O gás carbônico presente no ar, por sua vez, vai reagir com o silicato e se depositar nas rochas. O processo se retroalimenta pois taxas mais altas de carbono na atmosfera também intensificam o processo erosivo. Ou seja, mais dióxido de carbono e mais erosão significam mais silicatos para reagir com o gás.

Quão rápido é esse processo?

O ponto interessante da pesquisa é que as escalas temporais do ciclo carbonato-silicato e o registro de temperatura deixado em fósseis e em núcleos de gelo são condizentes. O ciclo leva cerca de 400.000 anos, o suficiente para uma recuperação do planeta neste prazo. Embora saibamos que a Terra deve se recuperar naturalmente de todos os impactos humanos, fica claro que nenhuma pessoa viva hoje vai presenciar o processo. Fonte: Science Advances Via: Science Alert