Como lembra o Ars Technica, três grandes estudos epidemiológicos, envolvendo dezenas de milhares de usuários de celulares em 13 países, não encontraram nenhuma ligação entre o uso do aparelho e câncer. Eles foram publicados entre 2007 e 2013.

Em 2014, o pesquisador de saúde pública Joel Moskowitz, da Universidade da Califórnia em Berkeley, processou o departamento por não divulgar suas orientações para reduzir a exposição à RF de celulares. O Departamento disse na época que estava seguindo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), cuja posição oficial até hoje é que não há dados definitivos sobre o assunto, e que “mais pesquisas são necessárias antes de sabermos se o uso de celulares causa efeitos na saúde”. Não adiantou: um juiz decidiu a favor de Moskowitz, e o departamento precisou divulgar as orientações. O comunicado lembra, no entanto, que a ciência sobre os riscos do uso do celular “ainda está em evolução”, e “a comunidade científica não chegou a um consenso”. Estas são as orientações:

usar fones de ouvido ou viva-voz, em vez de segurar o celular ao ouvido;enviar mensagens de texto em vez de fazer ligações;levar o celular em uma bolsa ou mochila, não no bolso ou na roupa;evitar o uso do celular quando ele precisa emitir altos níveis de energia de radiofrequência, como quando você está em um carro, fazendo streaming, ou quando o sinal estiver fraco;não manter o celular próximo à cabeça enquanto dorme.

Alguns pesquisadores temem que dos celulares pode causar câncer, particularmente no cérebro. No entanto, há poucos dados científicos sólidos para justificar essa preocupação. A energia de RF é muito fraca para remover elétrons dos átomos, ou seja, para danificar o DNA ou causar mutações cancerosas. Um estudo recente, feito com ratos, alegava ter encontrado uma relação entre câncer cerebral e radiação do celular. No entanto, os ratos foram expostos a níveis extremos no corpo inteiro, não apenas na cabeça — nove horas por dia, todo dia, durante dois anos seguidos. (E curiosamente, os ratos expostos à radiação viveram mais tempo que os outros.) Em 2011, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o uso de celulares é “possivelmente cancerígeno para humanos”. No entanto, a organização diz o mesmo para coisas como batom, picles e isopor. Eles apenas levantaram a possibilidade de que celulares causam câncer, pedindo estudos mais longos e mais detalhados — e sugerindo precauções até lá. Os celulares causam câncer? Otis Brawley, diretor médico da American Cancer Society, diz à Wired: “eu acho que essa questão ainda está em aberto, e é uma questão legítima. Eu acredito que a resposta é não.” Com informações: Ars Technica.

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